Um inovador! Esse é o Seu Felício, de 82 anos. Falante e cheio de histórias e ideias na cabeça, o engenheiro industrial desenvolveu com as próprias mãos uma bibicleta elétrica! O detalhe mais interessante de tudo é que isso foi há 30 anos.
"Eu sou um curioso de biblioteca, como se diz ´um rato de biblioteca". E nos tempos de estágio eu sempre procurava saber sobre as novidades tecnológicas que passavam no setor, mas logo me apaixonei quando vi que podia ser fabricado uma bicicleta elétrica como se fabricavam os carros elétricos. Isso me levou a construir aqueles protótipos primitivos que vocês estão vendo aí e com isso eu fiquei um fanático das energias alternativas", diz Felício Sadalla, engenheiro.
A bicicleta foi criada a partir da necessidade de Seu Felício chegar ao trabalho. Ele percorria cerca de 26 quilômetros por dia no trajeto de ida e volta entre sua casa e a fábrica que ele fundou, na cidade de São Paulo. Todo o material utilizado na construção da bicicleta, ele encontrava em ferros velhos espalhados pela capital paulista. A bateria, por exemplo, era a mesma que os aviões daquela época utilizavam.
"Era um motorzinho que tinha um eixo, um esmerilzinho, de mais ou menos duas polegadas e tinha uma alavanca que pressionava essa roda de esmeril no pneu da roda dianteira. E aí tinha duas velocidades: parado, lento e rápida", explica Felício.
Três décadas depois, a bicicleta elétrica caseira ganhou proporções maiores. A filha de Seu Felício é corretora de seguros em São Paulo. A seguradora na qual ela trabalha disponibiliza bicicletas para os funcionários atenderem clientes nas ruas da capital. Foi então que ela sugeriu à direção da companhia trocar as bicicletas comuns por modelos elétricos, baseando-se no projeto e na experiência de seu pai.
Apelidada de Felisa, a bicicleta atinge velocidade máxima de 35 quilômetros por hora e pode percorrer uma distância de aproximadamente 40 quilômetros. A recarga da bateria de chumbo pode demorar até seis horas, e elas resistem a cerca de trezentos ciclos. Se a carga acabar no meio do caminho... bom, aí não tem jeito, tem que recorrer ao modo tradicional e colocar as pernas para trabalhar! Hoje, 45 funcionários da seguradora já percorrem as ruas de São Paulo montados nas bicicletas elétricas. Na cidade do Rio de Janeiro são outras cinco unidades.
"Na verdade, o que tem por trás? Uma grande vantagem em termos de mobilidade e de parada. É muito fácil em uma cidade complicada de se parar como São Paulo, é muito fácil você achar um canto para poder estacionar a sua bicicleta e tem toda a questão da sustentabilidade que também é muito importante em termos de mensagens", diz Milton Oliveira, Superintendente de Serviços da Porto Seguro.
O advogado Sérgio Diniz comprou um modelo há três meses, e ela se tornou o principal meio de transporte do dia-a-dia dele.
"Está valendo muito a pena, além do que é uma espécie de exercício que a gente tem. Por que o motor ajuda, mas a gente também tem que pedalar", diz o advogado Sérgio Tadeu Diniz.
A idade impediu Seu Felício de dar umas voltinhas na bicicleta elétrica. Mas, isso não diminuiu a alegria por ver sua antiga ideia transformada em produto tecnológico e ecologicamente correto.
"Pode-se dizer que é o meu xodó, realmente. Construir e conseguir com ela me afirmar perante a sociedade",diz Felício.
Se você se interessou pela bicicleta, confira os links acima desse texto. A gente te dá o link para saber mais a respeito dela.
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